Florence Nightingale
Bibliografia
Florence Nightingale foi uma destacada
enfermeira inglesa. Criou a primeira Escola de Enfermagem da Inglaterra no
Hospital Saint Thomas, em Londres. Recebeu a Ordem do Mérito, em 1901, durante
a Era Vitoriana.
Florence Nightingale (1820-1910) nasceu
em Florença, na Itália, no dia 12 de maio de 1820, na época em que seus pais
residiam na Itália. Filha do milionário William Shore Nightingale foi aluna do
King’s College de Londres. Em uma viagem ao Egito, visitando hospitais,
despertou sua vocação para a enfermagem, apesar de na época não ser uma
atividade digna.
Na Inglaterra, iniciou seu aprendizado,
repartindo o tempo entre aulas de anatomia e visitas ao hospital do distrito.
Em 1851, aventurou-se na Alemanha, para frequentar a Escola de Enfermagem
Fliedner, onde viveu sua primeira experiência como profissional entre as
religiosas protestantes de Kaiserswerth.
Em 1856, Florence Nightingale retornou
à preconceituosa Londres. Foi então indicada para a superintendência de um
hospital de caridade. Em 1854, surgiu a oportunidade para Florence seguir para
o hospital militar inglês em Scutari, que atendia os feridos anglo-franceses na
Guerra da Criméia, onde os soldados morriam vítima da cólera e do frio.
Contribuições
Para esclarecer a opinião pública, e
mobilizá-la em seu favor, em 1858, Florence escreveu dois livros:
“Administração Hospitalar do Exército” e “Comentários sobre Questões Relativas
à Saúde”. Com as contribuições necessárias, as reformas foram realizadas e um
hospital foi construído. Em 1860, Florence viu nascer a Escola de Enfermagem do
Hospital Saint Thomas, em Londres. Com o trabalho reconhecido, em 1883,
Florence recebeu da rainha Vitória, a Cruz Vermelha Real, e em 1901, se tornou
a primeira mulher a receber a Ordem do Mérito. O Dia Internacional da
Enfermagem é celebrado no dia de seu aniversário - 12 de maio.
Fatos
·
Florence nasceu na Itália: Seus pais eram britânicos, mas ela
nasceu em Florença, Itália. Foi dai que seus pais a nomearam e depois de um ano
retornaram a Inglaterra, onde ela teve uma boa base em sua educação.
· Era
uma grande poliglota: Florence era fluente em varias línguas: inglês,
alemão, francês, italiano e também era perita em latim e língua grega antiga.
· Seus
pais não a queriam na enfermagem: Na década de 1800, a enfermagem não
tinha um mero respeito como hoje em dia. Seus pais foram contra a sua decisão,
provocando raiva e rompimento de laços familiares, principalmente com sua mãe.
· A
imprensa a amava: Ficou conhecida como a “Dama da Lâmpada”. Através de
vários artigos da “London Times” pelo fato de servir-se destes instrumentos
para auxiliar na iluminação dos feridos durante a noite.
· A
rainha a admirava: Antes de deixar a Crimeia, Florence recebeu de
presente da rainha Vitória um broche como um mérito de apreciação e
gratificação real. Em 1883, conheceu a rainha e recebeu a cruz vermelha real.
· Era
uma educadora e autora: Seu livro “Notes on Nursing” foi publicado em
1859. Cobriu vários princípios de cuidado de enfermagem, Fundou o Centro de
Treinamento em Londres, em 1860 e ainda hoje, virou a faculdade King’s College
de Londres.
· Treinou
a primeira enfermeira americana: Linda Richards foi a primeira
Americana à se formar na escola de Florence em 1877. Ela retornou aos estados
unidos, e desempenhou um papel importante nas Escolas de Enfermagem em todo o
País.
· Fazia
parte da Ordem de Mérito: Foi a primeira mulher a fazer parte da Ordem
de mérito, que foi estabelecido pelo rei Eduardo VII em 1902. Apenas 24 membros
haviam, por alcançar coisas boas em assuntos como Ciências, Educação, Arte e
Literatura.
· Melhorou
O saneamento na Inglaterra: Todos que estudavam a história da
enfermagem sabem que Florence ajudou a melhorar as condições de saneamento para
os pacientes na Crimeia. Mas o que muitos não sabem, no entanto, é que ela
ajudou nas melhorias semelhantes para o ambiente hospitalar. Fazendo parte da
lei de saúde pública de 1874.
· Um
funeral Nacional: Tristemente, Florence faleceu em 13 de agosto de
1910. Em sua casa em Londres. Apesar dos desejos dela de que seu funeral fosse
silencioso e modesto, fizeram uma oferta para que transformasse em um
sepultamento Nacional, mas sua família recusou ponto final de acordo com um de
seus desejos, foi enterrado no cemitério de St. Margaret of Antioch Churchyard,
East Wellow, Hampshire na Inglaterra.
Quanto
a Teoria Ambiental e sua influencia:
O
ambiente é o local onde as pessoas vivem, crescem, reproduzem-se e morrem em
constante interação com a natureza, e por isso, o ambiente já era preocupação de Florence Nightingale no
século XIX, quando assumiu o cuidado com os soldados feridos na Guerra da
Criméia. Ela dizia que o ambiente hospitalar deveria ser livre de influências
externas que afetassem a vida e o desenvolvimento de um organismo, e que essas
influências eram capazes de prevenir, suprimir ou contribuir para a doença e a
morte e mesmo sem ela ter o conhecimento sobre o contato por microorganismos,
ainda assim acreditava que oferecer melhores condições quanto à limpeza do
ambiente e pessoal, ar fresco e boa iluminação, calor adequado, boa nutrição e
repouso, contribuíam para a manutenção do vigor do paciente para cura. Ao seu ver, o ambiente deveria ser
isento de fatores que pudessem causar estresse ao paciente, ou seja, deveria
haver uma boa iluminação, ventilação, limpeza,
menor nível de ruídos possíveis, e se o paciente não estivesse bem
alimentado, bem descansado, ele seria forçado a utilizar de toda energia
necessária para que o processo de cura
contrabalançasse o estresse ambiental.
Ao
longo de toda a Guerra da Crimeia, Florence conseguiu reduzir as taxas de
mortalidade entre os soldados britânicos, através de seus esforços como
enfermeira e de seus conhecimentos sobre administração para transformar o local
que era praticamente inabitável devido às péssimas condições sanitárias das
instalações hospitalares, num lugar em que fosse possível a recuperação da
saúde, através do propósito de que o que a enfermagem tem a fazer é colocar-nos
na melhor condição possível pra que a natureza
possa restaurar ou preservar a saúde, prevenir ou curar as doenças. E
por isso declarava que a enfermagem “deveria significar o uso apropriado de ar
fresco, luz, aquecimento, limpeza, silêncio e dieta adequadamente escolhida e
administrada – tudo com o menor gasto de energia vital do paciente”.
Nightingale
via a manipulação do ambiente físico como o principal componente do atendimento
de enfermagem. Ela dizia que a circulação do ar não devia ser apenas adequada
mas agradável. A iluminação não podia incomodar o cliente, os ruídos precisavam
ser suavizados, a limpeza devia ser adequada no lugar onde o paciente iria
ficar na internação, as roupas
precisavam ser limpas e a alimentação do paciente deveria ser discutida de
acordo com sua necessidade e preferência.
A
enfermaria na Idade Média era considerada local de depósito de doentes com largas e longas paredes, iguais as
fortificações e prisões. Eram controladas pela igreja ou por entidades
filantrópicas.
Naquele
tempo o ar era considerado contaminante: veiculador de miasmas, daí a
justificativa das enfermarias serem comparadas com prisões. As novas descobertas
da medicina recém afloravam e os antibióticos ainda não existiam. A estrutura
gótica influenciava nos estabelecimentos de saúde, cuja edificação era iluminado por altas janelas
com arco ogival, o grande espaço era desconfortável termicamente e
proporcionava uma luz difusa. As plantas dos edifícios não mudaram até o
período renascentista, a mudança nos hospitais aconteceu quando o homem
passou a ter maior valor econômico pois
o estado precisou da mão de obra destes nas batalhas.
Em
1664 houve mudanças nas organizações das enfermarias, pois estas passaram a ser
separadas por sexo e por patologias.
No
séc. XIX, a partir de Florence Nightingale, pioneira e partícipe de muitos
projetos de hospitais militares ingleses, ela propagou a importância da ventilação e da insolação
nos hospitais. Para ela a luz e o ar puro eram fundamentais e mais importantes
para recuperação da saúde dos pacientes do que o conforto térmico. Valorizou os
corredores de forma a fornecer janelas de ambos os lados da edificação, por que
acreditava serem os mais certos para se obter a luz natural e os raios solares.
Juntando
o trabalho de Florence com as descobertas de Pasteur as idéias vigentes sobre
as enfermarias foram alteradas. E estas passaram a ser arejadas e mais
higienizadas.
Em
1977 uma pesquisa demonstrou a importância da integração do paciente com o
exterior das enfermarias, isso proporcionava orientação e distração aos
pacientes com isso a sua reabilitação seria mais rápida.
Após
a revolução industrial com a descoberta da lâmpada, houve uma revolução no
caráter dos hospitais, foram possíveis cirurgias à noite e a poluição do ar que
provinha da iluminação a óleo ou velas foi eliminado.
Tanto
a iluminação natural quanto a artificial são fundamentais, pois além do
conforto ambiental, passaram a demonstrar cuidados em relação à higiene e ao
controle de infecção hospitalar e os ambientes com revestimentos escuros
parecem esconder a sujeira e os de superfície claras favorecem a sensação de
limpeza.
A
iluminação permanecerá importante nos
projetos hospitalares do séc. XXI, cada vez mais humanizados.
A
luz natural passou a ser importante a partir de Florence Nightingale que
valorizou a radiação solar para higienizar o ambiente e animar os pacientes,
pois interferia nas sensações de relaxamento e de estímulo.
No
que diz respeito a ventilação e iluminação das enfermarias pôde-se observar que
a ventilação era inadequada, pois haviam várias janelas, mas todas permaneciam
fechadas impedindo a circulação do ar
sendo contraria às idéias de Florence Nightingale; com relação a luminosidade
os pacientes não reclamavam durante o dia porém, à noite, pelo fato das luzes
permanecerem acesas durante todo esse período, dificultava o descanso
confortável dos pacientes.
A
finalidade do sono é a de conservar energia do corpo em tal período. Os
músculos relaxam-se progressivamente e a ausência de contração muscular
preserva a energia química para os processos celulares. A diminuição da taxa
metabólica basal conserva, ainda mais, o suprimento energético do corpo. (Anch;
cols.,1998). Diante disso, acredita-se que os clientes doentes necessitem de
mais sono que os indivíduos saudáveis, para contribuir com a cura e a
restauração fisiológica e psicológica. E por isso, Nightingale dizia que os ruídos desnecessários poderiam
irritar o paciente e interromper o seu descanso, levando-o à insônia. E devido
à insônia ele poderia consumir a energia necessária para o processo de cura, já
que a insônia tem relação com a imunossupressão, confusão, irritabilidade e
ansiedade.
É
preciso também levar em consideração que, os níveis de ruídos contínuos e
excessivos não interferem apenas no desenvolvimento do paciente, podendo também
interferir na qualidade de saúde e no desempenho profissional, causando efeitos
fisiológicos e psicológicos nocivos para toda a
equipe de saúde.
Nightingale
considerava responsabilidade da enfermeira investigar e interromper qualquer
ruído que pudesse perturbar o sono do paciente. O que não pode ser aplicado em
determinadas áreas de uma unidade hospitalar, devido aos inúmeros alarmes e
equipamentos existentes, tornando-as extremamente estressantes. Porém isso é
possível quando falamos do diálogo dos profissionais de saúde entre si e com os
doentes. É necessário sempre levar em conta que um ambiente calmo e agradável
pode beneficiar tanto o paciente como a equipe de saúde, experimentarão menos
cansaço e menos estresse psicológico; os pacientes sofrerão menos danos
psicológicos e fisiológicos e, portanto, terão uma recuperação mais rápida.
De
acordo com os relatos dos pacientes, os níveis de ruídos mais significativos
foram decorrentes do intenso tráfego e
conversa gerados tanto por funcionários e outros profissionais de saúde, quanto
pelos acompanhantes dos pacientes.
A
alimentação é a primeira conduta para atender a uma vida mais saudável. A dieta
hospitalar é importante por garantir o aporte de nutrientes ao paciente
internado, e assim preservar seu estado nutricional, pelo seu papel terapêutico
em doenças agudas e crônicas. Além disso é necessário considerar que a
alimentação deve ser saudável, adequada e agradável ao paladar.
Para
atender as necessidades dos pacientes, os enfermeiros devem ser capacitados a levantar junto aos
pacientes problemas relacionados à dieta ou a perceber e compreender os
problemas alimentares.
Nightingale
argumentava que a não priorização das preferências alimentares do paciente pode
afetar o modo como ele come. Foi observado na prática que, muitas vezes os
pacientes, por não ter opção, se alimentam do que lhe é servido.
Nigthtingale
também considerava que, a cama e a higiene pessoal são fatores relevantes na
recuperação do paciente, pois são vistos como partes importantes do ambiente.
Esses dois aspectos são fatores com contribuição direta para a recuperação
quando bem executados, mas quando não executados pode ocorrer à proliferação de
patologias ou a prorrogação da melhora do paciente.
Para
que exista a contribuição da higiene e da cama no processo de recuperação
alguns aspectos devem ser considerados, como por exemplo a localização da cama,
o tempo em que o paciente fica sobre ela, a forma como é limpa e arrumada. O
mesmo ocorre com a higiene pessoal pois esta exige conhecimento por parte de
quem a executa, diálogo para conhecer as preferências e padrões culturais do
paciente, o grau de participação do mesmo ou do acompanhante no processo do
auto-cuidado para que possa ser
executado o planejamento na assistência por parte da equipe de enfermagem.
Mas a equipe também tem um outro papel importante quando se trata de higiene
pessoal, mesmo quando o paciente tem total condição física de executar essa
atividade, porém necessita de orientação, apoio e instrução.
Observamos
acima que temos dois fatores importantes no processo de recuperação e que foram
abordados desde 1859 e, ainda mais recente, encontramos na teoria de Orem
(1971), a importância da higiene pessoal nesse aspecto onde ela, em 1958,
inicia um estudo e começa a desenvolver um modelo conceitual para direcionar a
prática de enfermagem baseada para o auto-cuidado.
Em
nosso campo de observação pode ser constatado que a teoria de Nigthtingale nos
aspectos de cama e higiene pessoal não esta sendo aplicada da forma correta
pois lá nota-se que a demanda de clientes e escassez de funcionários tem
influencia direta de como as necessidades são vistas e tratadas, alem de camas
muito próximas, iluminação inadequada e grande número de pessoas com patologias
diversas, o que torna muitas vezes o ambiente impróprio, bem como da
necessidade de eleição de cuidados.
Diante
do exposto, fica claro que o paciente não precisa apenas de medicação, mas de
toda assistência onde envolve a equipe de saúde e hospitalar, para que o
objetivo do cuidar e curar venha a ser alcançado.
Segundo
Florence em sua teoria ambientalista sobre os relacionamentos interpessoais,
considerava que animar falsamente o doente diminuiria a importância e o perigo
de sua enfermidade, mas considerava como um método não benéfico, Florence
acreditava que falsas esperanças são deprimentes para os pacientes. Acreditava
que as pessoas enfermas deveriam ouvir boas noticias, pois lhes auxiliariam na
conquista da saúde.
Na
teoria de King, também nos relata sobre a relação do enfermeiro com o paciente
que é um veículo para o fornecimento dos cuidados de enfermagem. O objetivo do
enfermeiro é utilizar a comunicação para auxiliar o cliente no seu pronto
restabelecimento.
Para
um relacionamento interpessoal satisfatório, faz-se necessário que os
enfermeiros estejam atentos as suas próprias necessidades e desenvolvam um
processo de auto-conhecimento, pois é difícil interagirmos com os outros, sem sermos capazes de
compreendermos a nós mesmos.
Na
prática pode-se perceber que o profissional enfermeiro esqueceu a essência de
seu papel como cuidador. Frequentemente são relatadas reclamações dos pacientes
sobre a falta de comunicação com os enfermeiros. Com base na teoria, pode-se
observar que as atividades dos profissionais enfermeiros possuem
características diferentes de todos os outros dentro da área de saúde que é o
cuidador. Todavia essa função perdeu seu sentido verdadeiro devido à falta de
comunicação e humanização.
REFERENCIAS
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Acesso: 04/05/2019.
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